splashi


O meu primeiro trabalho no Alentejo foi na zona de Mértola e entre outras coisas lidava com crianças que frequentavam 1º ciclo do ensino básico em acções lúdicas e educativas na área do ambiente, que implicavam andarmos juntos no campo. Um dia, junto a um charco, peguei numa pedra espalmada e lancei-a rente à água fazendo-a saltar várias vezes antes de se afundar. Vários rostos de 6 anos ficaram fascinados e quiseram eles prórpios tentar a façanha. Um dos miúdos não obtinha qualquer sucesso por escolher pedras com a forma errada. Na tentativa de o ajudar expliquei-lhe que a pedra tinha de ser espalmada. Olhava-me como se falasse chinês. Fiz várias tentativas até que uma colega dele veio em nosso auxílio e traduziu, com a pronúncia mais cerrada que um lisboeta recém-chegado possa imaginar, o que eu achava que estava a dizer de forma clara:

Têm que ser pedras chatinhas!

E o miúdo olhou-me como quem diz “Já podias ter dito!”

2 comentários:

jp disse...

Não querendo ser "espalmado" como se diz por aqui, não posso deixar de notar que apesar do Alqueva, os rios alentejanos mantêm a sua virilidade.

xf disse...

Eu sabia que a foto havia de ser comentada! ;)