No domingo fomos passear ao jardim. No parque infantil estava uma menina ai com mais dois anos que o Pedro, que enterrava pedras na areia. Era loira de cabelo comprido, estava vestida de cor-de-rosa e vermelho, com uma mini-saia e umas botas altas. O Pedro interessou-se e juntou-se a ela a enterrar as pedras (gigantes, por sinal). Ela, de imediato, viu nele um servo e começou a dar ordens: faz o buraco mais fundo, não caves ai, cava mais ali... Rapidamente a brincadeira tomou outras actividades e mantinham-se as ordens que o Pedro fielmente seguia sem nunca deixar de a observar com interesse. “Faz uma linha no chão que eu vou saltar daqui até à linha…não! Faz mais para a frente!” E o Pedro lá desenhava as linhas na areia mais para trás e mais para a frente, satisfazendo as vontades daquela menina aparentemente fascinante. Eu própria os observava fascinada. Poucas vezes vi o meu filho tão obediente, e jamais com alguém que acabara de conhecer. A certa altura, ambos de volta aos buracos para pedras, pergunta-lhe ele assim docemente: “Qual é o teu nome?”. “Rosa”, respondeu ela sem o olhar nos olhos. E então, fazendo-me sorrir de ternura o Pedro disse-lhe: “Rosa é um nome muito bonito!”.
Terei assistido a uma declaração de amor?
A brincadeira durou pouco mais, pois ambos se distraíram com outras coisas. Mas antes de irmos embora, o Pedro fez questão de ir até junto dela e dizer-lhe “Adeus”, ao que ela não respondeu, mas ele também pareceu não se importar.
Terei assistido a uma declaração de amor?
A brincadeira durou pouco mais, pois ambos se distraíram com outras coisas. Mas antes de irmos embora, o Pedro fez questão de ir até junto dela e dizer-lhe “Adeus”, ao que ela não respondeu, mas ele também pareceu não se importar.
Pedro, 4 anos
3 comentários:
típico...
Com o tempo aprendem a ser mais subtis, mas mantêm os desígnios.
Um abraço solidário para ti amigo Pedro.
que delícia
wow!! :)
Enviar um comentário