dream = drum


Pediu-me uma bateria. Gosta de música e deixa-se fascinar com todos os instrumentos. Tem uma viola proporcional ao tamanho, que emite sons estridentes e pouco harmoniosos, mas que lhe permite fazer poses tipo guitarrista de heavy metal e dedilhar as cordas, como se fosse a sério. Também tem uma “a sério” que já está meio afanada e por isso virou brinquedo. Diz que é um contrabaixo, devido ao mau jeito que lhe dá manuseá-la de outro modo que não encostada ao corpo em pé. No outro dia esteve com um saxofone na mão e deslumbrou-se… tudo nele sorria. E assim pediu-me: uma bateria. Disse-lhe que lha daríamos pelo seu 4º aniversário, que ainda demora uns meses a chegar. Entretanto aproxima-se o aniversário do pai, lá para o fim do mês. Perguntei-lhe se tinha ideias para uma prenda. Respondeu-me prontamente em instrumentos musicais: outra viola (que não, que o pai já tinha duas), uma bateria (o pai não ia gostar), um saxofone (a mãe não tem dinheiro que chegue)… Não satisfeito com as minhas respostas ao jantar perguntou ao pai o que queria de prenda de anos. O pai disse-lhe que não sabia e que teria de ser ele a escolher. Aquela resposta do pai despoletou um sorriso vitorioso e a pergunta “não queres uma bateria?”.

2 comentários:

Anónimo disse...

boa boa :) sempre desejei oferecer uma bateria a alguém que não morasse lá em casa... eh eh!

Anónimo disse...

Está provado que a audição da "Casa da Mariquinhas" pela voz de divos consagrados tem inflûencias irreversíveis e até mesmo preconizadores de grandes vultos musicais emergentes.