sabe a quê?

Estávamos numa esplanada e ele bebia Nestea de manga e ananás por uma palhinha. Ofereceu-me, mas como não gosto nem de chá, nem de manga, recusei. Ele achou estranho que eu não gostasse, já que a bebida lhe estava a saber tão bem e por isso perguntou-me:
- Mãe, a ti sabe-te ao mesmo que a mim?
- Acho que sim... mas essas coisas nunca se podem saber com toda a certeza.
- Porquê?

calcanhar



Quando o Nuno era pequeno, chamava-lhe o queixo do pé.

viva (?)



O Gabriel com pouco mais de um ano, aprendeu a levantar os bracinhos no ar sempre que alguém lhe dizia viva e levantava também os braços. Um dia estava a televisão ligada onde dava uma notícia sobre prisioneiros feitos por tropas americanas no Iraque. As imagens mostravam um grupo de homens ao lado uns dos outros, todos de braços no ar em jeito de rendição. O Gabriel olhou para a televisão, esboçou um sorriso de orelha a orelha e levantou os seus bracinhos…

sem saber que do outro lado ninguém da imagem gritava viva!

"Inês e a fábrica de carne"


A ver uma imagem que retratava uma cena de caça a javalis na pré-história, a Inês perguntou ao pai porque razão aqueles homens presseguiam e matavam os animias. Ele explicou-lhe que caçavam para comer o que mereceu a reprovação da Inês com um desabafo "que estúpidos". O pai perguntou-lhe "então e as costeletas e bifes que nós comemos?!"..."essas vêm das fábricas e vão para o Pingo Doce onde nós as compramos", respondeu a Inês (7 anos).

Pai Natal


O Pai Natal mora no Pólo Morte.

Mariana, 5 anos

O Pai Natal mora no Pólo Norte, que é lá em cima na Terra. Para ir visitá-lo tem de se ir de foguetão.

André, 5 anos

Mentirinhas pé de salsa...

Pedro

que Pena...


Até aos seis anos queria ser Princesa. A Bela Adormecida, a Gata Borralheira e a Branca de Neve eram as minhas imagens de referência: vestidos até aos pés, cabelos longos (a Branca de Neve não era a melhor neste aspecto), beleza indiscutível, a vida num palácio e um Príncipe Encantado que me faria feliz para sempre. Elas eram o máximo! Perfeitas!

Aos seis anos fiz uma visita que mudou a minha vida. O meu pai levou-me a ver o palácio da Pena. Que excitação! Ia ver um palácio a sério que, segundo a história, tinha sido habitado por reis, rainhas, príncipes e princesas… Os quartos com camas de dossel, os salões onde se faziam os bailes com os tais vestidos até aos pés e as princesas dançavam com os príncipes, eram as promessas de uma visita mágica que me esperava no topo da Serra de Sintra. E lá fomos.

A princípio a visita correu bem. Estava encantada e o meu pai satisfeito com o meu encanto. A certa altura, num quarto do palácio, o guia da visita abre uma cortina de veludo vermelho-sangue e pesada atrás da qual se escondia uma poltrona de madeira, com costas e apoios para os, braços forrados do mesmo veludo… Aquela poltrona tinha no entanto uma particularidade inesperada: no assento uma estrutura de louça branca com um buraco: era uma sanita! Foi o meu desencanto! Na minha imaginação as Princesas e toda a nobreza, não precisavam de sanita. Era algo em que nunca tinha pensado especificamente, mas quando vi a sanita, fui confrontada com um sentimento de contradição profundo: um ser perfeito não precisava de sanita!

Desisti de querer ser Princesa! Nunca mais ansiei vestir vestidos compridos, usar sapatos de cristal, ter cabelos longos e loiros…

(Obrigada pai, pela visita ao Palácio da Pena!)

polícias


Andávamos a brincar aos polícias. Não era aos polícias e ladrões. Umas vezes brincamos aos polícias, outras vezes aos ladrões, pois desempenhamos sempre o mesmo papel em cada brincadeira. E corríamos daqui para ali e fingíamos que apanhávamos os maus e fingíamos que os maus vinham aí, quando ele se sai com esta:

- A nossa vida é muito difícil. Andamos a apanhar ladrões e transpiramos… ai que não transpiramos muito, não!

Denoto um espírito sindicalista na coisa…

Não se pode deixar a porta encadeada.

mas


Parvo não se deve dizer, mas as moscas são parvas.

Pedro